O Problema da Captação de Recursos para a área Social no Brasil.
A instabilidade institucional gerada pela explosão da criação de entidades sociais no Brasil na década de 90, gerou uma crise nos ditos padrões tradicionais de financiamento social, e direcionou as entidades a buscarem novas formas de patrocínio além de formas mais concretas de fortalecimento financeiro, também buscarem sua sustentabilidade em longo prazo.
Existe uma infinidade de recursos públicos disponíveis para esse setor, mas ainda esbarramos em múltiplos problemas que vão desde a desconfiança, a burocracia, a instabilidade, até a descontinuidade das políticas públicas, além da ausência de mecanismos claros e transparentes de contratação pelo estado de entidades da sociedade Civil.
Estamos vivendo um fenômeno raro atualmente que é o reconhecimento pelo estado da competência e atuação das organizações enquanto promotoras do bem social e desenvolvimento sustentável com equidade.
Porém não se pode esperar dos órgãos da esfera governamental que patrocinem nossos projetos via doações e sim por contratação de serviços, o que nos faz ter uma capacidade profissional e executiva, nunca exigida antes.
A captação de recursos do Setor Privado enfrenta a dificuldade da ausência de uma tradição de investimentos sociais. Até poucos anos, nós mesmos enquanto instituições ignorávamos as empresas, e elas se sentiam desobrigadas de investir.
A redução desta distância entre as partes passa pela superação dos preconceitos e pela descoberta de novas formas de enfrentamento para questões que interessam a toda sociedade, como melhoria na educação, saúde, combate a fome, a violência, a pobreza, promoção da cultura e defesa do meio ambiente.
As organizações brasileiras se multiplicaram e tem hoje apoios muito distintos, que vão desde cooperações internacionais através de agências de desenvolvimento, passam por instituições religiosas, governo e empresas com responsabilidade social.
Não reinventemos a roda, mas vamos em busca do que tem dado certo, planejemos nossas ações, e nos preparemos para a revolução institucional e profissional que nos espreita, e é chegada à hora de mostrarmos a que viemos batalhar pelos direitos dos excluídos, seja qual causa for.
Rosane Fiori
Londrina, 29/04/2008
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